As Correntezas da Praia

1
É mais ou menos
Assim que os acidentes
Acontecem, estava tomando
Um sol na areia da Praia
Ai o cara chega querendo
Vender-me queijo na brasa,
Tudo bem! Mas ai enquanto
Ele estar assando derruba
O queijo no chão, eu vi e ele
Viu que eu vi, mas ele ensistiu
Com o mesmo queijo, por se
Achar malandro ou por me
Achar sem frescura, mas eu
Disse não! Como você quer
Vender-me algo que caiu no
Chão? Não gosto de nada
Que vai ao chão, pois muitas
Pessoas pisam e cospem no chão.
Como você quer que eu coma
Algo que caiu nele.

2
Só se eu tivesse em guerra
Ou morrendo de fome e não é
Questão de querer ser malandro
Com o cara, é uma questão de ser
Integro comigo, tem um amigo mesmo
Que quando estar sentado no chão
Passa o cigarro no chão, para tirar
As cinzas do cigarro, não sei... Não
Gosto da energia do chão, prefiro
As coisas no céu, são mais limpas.
A terra é onde as coisas morrem,
Estar mais perto do centro do Planeta.
Tem uns que dizem perto do inferno,
Pela analogia do centro do Planeta
Ser quente cheios de larva vulcânica,
Vários minerios derretidos que formam
Meio que uma pasta de calor, por isto
A referência ao Inferno.

3
Quando algo cai no chão é quando
O Diabo amassa, dai a expressão:
O Pão que o Diabo amassou!
As algumas pessoas oferecem
Uns aos outros com a maior
Normalidade, pequenas coisas
Pagãs que revelam o carater
Da pessoa, não vou escrachar
Um pobre coitado que quer
Vender-me algo envenenado,
Porém não participo desta
Comunhão, afinal para ele
É a coisa mais normal a se
Fazer, o que ele fez de errado?
Quando quis ser esperto como
Todo mundo quer ser.

4
A Cobiça por esperteza é
Tamanha que as pessoas
Esquecem da veracidade
De serem honestas, talvez
Se a pessoa tivesse conversado
Comigo, talvez se ela fosse mesmo
Necessitada eu poderia até ajudar,
Mas que sentido tem ajudar uma
Pessoa que quer me enganar?
A esperteza não poder estar
Relacionada com desonestidade.
Ser esperto é não fechar as possibilidades
Da vida acontecer, mas as pessoas sempre
Tem que manter um ar de superioridade...
Eu sinceramente perdi a vontade de comer o queijo! (IOGA Arjuna)